Entre os dias 23 e 25 de maio de 2025, o município de Lagoa Seca, na Paraíba, será palco de um evento histórico: o 1º Encontro do Movimento de Atingidas/os pelas Renováveis (MAR). A iniciativa reunirá representantes de comunidades de todos os estados nordestinos, incluindo povos tradicionais, agricultores familiares, pescadores artesanais, quilombolas, indígenas, extrativistas, pesquisadores, sindicatos e organizações sociais, para debater os impactos e alternativas ao atual modelo de expansão das energias renováveis no Brasil.
O encontro pretende denunciar as violações decorrentes da implantação indiscriminada de projetos de energia renovável, que, apesar de serem promovidos como soluções sustentáveis, têm gerado expulsões, perda de territórios e degradação ambiental, afetando profundamente comunidades locais.
Com o lema "Em defesa de um modelo energético justo e popular", o movimento busca fortalecer a resistência das populações atingidas e propor alternativas que respeitem a diversidade cultural, os direitos das comunidades e os ecossistemas da região.
Impactos e alternativas
Os relatos das comunidades evidenciam desafios como desapropriações, destruição ambiental, violação da Convenção 169 da OIT — que garante consulta livre, prévia e informada — e dificuldades econômicas impostas aos trabalhadores do campo e do mar. Há denúncias sobre os efeitos negativos das torres eólicas, como doenças causadas pelo ruído constante, precarização do trabalho e perda de renda das famílias afetadas.
Além da denúncia, o MAR propõe a construção de um novo modelo energético baseado na inclusão social e no respeito aos direitos humanos e ambientais. O movimento cobra das três esferas de governo políticas públicas que garantam justiça social e reparação dos danos já causados.
O evento representa um marco na luta por um futuro mais justo e sustentável, incentivando o debate e a mobilização coletiva contra os impactos das energias renováveis que priorizam o lucro em detrimento da vida e dos territórios.