Morango
do Amor, um fenômeno que vai além da
simples tendência gastronômica
Por
Mariângela Borba.
Olá
leitor da coluna #SendoProsperidade,
tudo bem? Se você é daqueles que fuçam as redes sociais, ou até mesmo os noticiários, jornais ou
revistas já deve ter ouvido falar a respeito do morango do amor, que está super
em alta e popular no momento, atraindo a atenção de muitas pessoas pelo seu tom
vermelho intenso e bastante brilhoso.
O
morango do amor é um doce que consiste em um morango fresco coberto por uma
camada de brigadeiro de Ninho branco e envolto por uma camada dura de caramelo
brilhante e crocante, no estágio “bala dura”, geralmente vermelha, parecido com aquela maçã do amor das festas
de rua e quermesse populares. Lembra? A aparência é super fotogênica, de fato e a reação positiva imediata das
pessoas contribuiu para que ele se tornasse um viral, com muitos tentando
recriar versões gourmet ou encomendando de confeitarias.
E
sabe o por quê que eu resolvi fazer o artigo com esse tema? Porque por trás
desse doce tem uma realidade que quase ninguém está abordado, mas que está revolucionando a perspectiva
sobre Internet, dinheiro,
empreendedorismo e oportunidades.
Confesso
que eu mesma, não aguento mais ver o tal do morango do amor no feed do
Instagram - nem comi, mas já criei ranço. É comum que tendências muito
repetitivas acabem cansando mesmo que a gente nem tenha experimentado,
principalmente quando a web nos mostra o que os algoritmos pensam que
queremos ver e não necessariamente o que precisamos ver (https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/the-filter-bubble-o-que-a-internet-esta-escondendo-de-voce/).
Mas a realidade que quero mostrar aqui é que por trás dessa tendência, ou “trend”, está o poder
revolucionário da Internet na mão de gente comum.
O que a gente tem visto por aí é gente que ficou rica com a Internet, mesmo reclamando dela, expressando críticas e frustrações em relação a ela. Gente que nunca teria um espaço na TV, num outdoor, numa manchete de jornal ou capa de revista, hoje tem loja, seguidor, status, graças à Internet. Esse é que é o grande fenômeno das trends. A Internet democratizou o acesso à visibilidade e ao sucesso de uma forma que era impossível antes. É fascinante como pessoas comuns podem construir marcas, comunidades e, até mesmo, negócios prósperos sem precisar dos meios tradicionais. As mídias sociais revolucionaram a comunicação e o compartilhamento de informações, impactando significativamente no mundo dos negócios e do empreendedorismo.
Os empreendedores podem usar as redes sociais para construir marcas fortes,
interagir diretamente com os clientes e fazer parcerias/colaborar com influenciadores para expandir seus alcances, escapando
da bolha de filtros criada pelas redes sociais (https://fastercapital.com/pt/contente/Impacto-das-midias-sociais-no-empreendedorismo.html).
Para tal, é preciso fazer uso,
também, da responsabilidade digital, pois por trás da ditadura do algoritmo está o
perigo das bolhas sociais (https://startups.com.br/artigo/a-ditadura-do-algoritmo-e-o-perigo-das-bolhas-sociais-um-chamado-a-responsabilidade-digital/).
Essa
trend dos morangos do amor não é só mais uma. É a chance que muitas pessoas esperavam e
agarraram com tudo. Mulheres
desempregadas com filhos pequenos, boletos acumulados e, de uma certa
forma, autoestima ferida, voltaram, de
repente, a sonhar, a vender, a prosperar. É óbvio que o ser
humano é influenciado- e as mídias sociais,
desde que usadas com responsabilidade, de forma consciente, podem ser
ferramentas valiosas para o nosso desenvolvimento e para a troca de ideias.
Somos seres tribais, programados biologicamente para pertencer. Ver alguém fazendo
e tendo sucesso, ativa em nós desejo de
repetir. É daí que a dopamina é ativada. E pode ser um vício- mas também pode
ser um salto. Essa conexão entre pertencimento, desejo e dopamina é fascinante.
A influência social é uma força poderosa e entender como ela funciona pode nos
ajudar a usar as mídias sociais de forma mais consciente e estratégica, tanto
para evitar os vícios, quanto para
aproveitar a oportunidade de crescimento (https://www.ufsm.br/midias/arco/como-redes-sociais-hackeiam-sua-mente).
Trazendo só uma curiosidade aqui quem viralizou primeiro com essa história de morango do amor foi uma confeiteira de Roraima. E quem salto gigante ela deu, viu? Vendeu dois mil morangos do amor e teve um faturamento de 30 mil reais em dois dias de produção. Sabe o que é isso? Foram duas noites enrolando massa e dois dias mudando o mês, quiçá a vida! Mas não parou por aí não, teve também o caso de mães atípicas que não conseguiram trabalhar desde a pandemia e com a tendência do morango, voltaram a sonhar e a ganhar uma verba. Existem diversos relatos reais e emocionados de mulheres que saíram do “fundo do poço”.
O
morango do amor certamente causou um impacto na cultura alimentar brasileira, nas redes sociais e até em pequenos negócios.
Quem sabe essa trend não está abrindo negócios para novas empreendedoras? (https://forbes.com.br/escolhas-do-editor/2025/07/a-febre-instagramavel-do-morango-do-amor-uma-gostosura-que-vem-do-campo/).
É uma forma invisível, espontânea e real de distribuição de renda. É
uma brecha no sistema para emergir, seja
pelo Instagram, pelo Tik Tok ou pelo boca a boca do povo. É inspirador ver como
pessoas estão encontrando maneiras criativas de empreender e gerar renda e isso
aliviar a mente, alimenta a mesa, salva a autoestima e recupera sonhos.
Morangos do Amor - Imagem: Agência Sebrae de Notícias
Mariângela Borba é professora, jornalista profissional, revisora credenciada, social media, Produtora Cultural, especialista em Cultura Pernambucana pela Fafire. Foi secretária executiva do MinC, secretária de Imprensa de Paulista (PE), membro do Conselho Municipal de Política Cultural e do Colegiado Nacional de Teatro, atuou como representante da Pastoral de Comunicação da AOR, onde realizou o Curso de Doutrina Social da Igreja e é membro da Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP) que teve como um dos fundadores, seu bisavô, o também jornalista Edmundo Celso.