segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Com tema INCLUSÃO, Bloco Patusco desfila no domingo e terça-feira de Carnaval

 

Com o tema Inclusão, o Grupo Anárquico Místico Carnavalesco Patusco desfila pelas ladeiras de Olinda nesta terça-feira (13) mantendo sua tradição de 62 anos de patuscada. Nos dois dias de folia, o grupo sairá às 10h da Casa do Patusco, que fica localizada na Rua do Amparo N° 292 (ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Amparo). O local continua sendo o quartel general do Patusco durante o período de carnaval, servindo também como ponto de apoio e camarote nos dias de folia.

Um dos blocos mais tradicionais do carnaval de Olinda, o ‘bloco Patusco’ estará com a bateria completa, formada por ritmistas, incluindo madrinha, rainha, princesa, porta-estandarte e a Ala da “Velha Guarda”, esta última composta por diretores e antigos membros da agremiação. A expectativa da diretoria é que uma multidão de foliões acompanhe o desfile, como já é tradição todos os anos.

Confira o percurso:

Terça, 13 de fevereiro, a partir das 10h - Rua do Amparo, Quatro Cantos, Ribeira, Rua de São Bento, Prefeitura de Olinda, 27 de Janeiro, Pátio de São Pedro, Prudente de Morais, Quatro Cantos e Rua do Amparo.

PATUSCO - A MAIS AMADA DO NORDESTE

A Banda Patusco surgiu como uma brincadeira, no intuito de comemorar o final da Copa do Mundo de 2002, no antigo Acústico Pub, em Olinda. Na época, foi selecionado cerca de 40 integrantes da bateria do bloco, juntando-se aos músicos para realizar o projeto daquela casa. A ideia deu certo e o produtor da casa propôs fazer um ensaio do Patusco todos os domingos. A partir daí começaram a surgir propostas das casas noturnas do Recife e das produtoras de shows. A bateria foi reduzida de 120 para 25 integrantes, onde nasceu a banda Patusco para atender à demanda de shows durante todo o ano.

A banda Patusco é um projeto paralelo ao bloco e, fez tanto sucesso, que não parou mais de crescer, solidificando-se no cenário musical pernambucano e até nacional. A banda se apresenta semanalmente nas principais casas de shows e eventos do Nordeste e Sudeste do país. A banda é formada por 16 integrantes, sob o comando do vocalista Marquinhos de Pilares, somando-se à harmonia (Cavaco e Violão) e a sua famosa bateria contagiante (com Surdo, Repique, Caixa, Maraca e Tamborim).

O BLOCO

A história do surgimento do Grupo Anárquico Místico Carnavalesco Patusco se confunde com o do carnaval de Olinda, e tudo foi graças ao carnavalesco “Tuca”. Natural de Olinda, Itacy Vasconcelos Guimarães (Tuca), filho de Maria de Lourdes Vasconcelos Guimarães e Antonino da Silva Matos Peixoto Guimarães, casado e pai de cinco filhos, ainda quando criança era levado pela sua mãe para assistir as festas de momo do Recife. Muitas vezes pelo fascínio de que o carnaval lhe provocava, ele dava umas escapadas para acompanhar os blocos de sujo e as “La Ursas”, que pelo seu colorido e irreverência já encantava o pequeno. Nessa época o carnaval de Olinda ainda tinha pouca projeção.

Com o crescimento do carnaval de Olinda, esse autêntico folião, criado respirando carnaval e residindo no foco da folia olindense, não poderia fugir à regra: na adolescente começou a confeccionar máscaras, inspirado pelas imagens dos carnavais guardados em sua mente quando criança. Essas máscaras inicialmente foram confeccionadas de papel e cartolinas, porém, com o tempo e com o advento do mela mela, Tuca passou a fazer fantasias e máscaras em plástico, ideia bastante inovadora até os dias atuais. Isso se deu em 1962, quando o mesmo fundou o primeiro bloco no seio do clã Vasconcelos Guimarães.

Das fantasias idealizadas por ele podemos destacar as araras, papagaios, pinguins e a de pato, sendo esta última, no carnaval de 1972, a responsável pelo nome do grupo, “PATUSCO”, e que passaria a ser destaque por toda mídia pela forma irreverente de se fazer carnaval.

Nesse mesmo ano de 1972, o carnaval de Olinda ainda não tinha assumido o caráter eminentemente popular que o caracteriza até hoje. Na época estava ocorrendo em Olinda um concurso de fantasias de grupo promovido pela EMPETUR, e era necessário colocar um nome para o grupo no ato da inscrição, e como a fantasia era de pato, foi decidido que o nome deveria lembrar pato. Daí então que surgiu a palavra PATUSCO; adj. e sm – “Que ou aquele que gosta de patuscada, ajuntamento festivo de pessoas reunidas para comer, beber e se divertir”.

Assim estava determinado nesses 10 (dez) anos que aquele sonho de menino de se fazer um carnaval irreverente e alegre já dava sinais de que um nascera para o outro, e que muito ainda viria a ser feito por esse criativo mestre de carnaval.

Com o fim do mela mela, Tuca, mais uma vez deu mostra de sua futurista visão anárquica e mística do qual o carnaval de Olinda passaria a ser conhecido 30 anos depois, passando, por essa visão que possui, a ser conhecido como um “protagonista do futuro”, e fonte de inspiração para muitos outros.

A partir de 1984, o artista passou a produzir as máscaras dos integrantes do grupo, reproduzindo em papel machê o rosto dos presidenciáveis, e logo os temas políticos se tornaram os motes preferidos do divertido Patusco, criado e até hoje coordenado pelo presidente Itacy V. Guimarães, Tuca, como gosta de ser chamado.

Sempre passando por dificuldades para levar o Grupo às ruas da Cidade Alta, porque a cada ano o grupo não parava de crescer, Tuca anteviu que o grupo precisava ter seu próprio som para emoldurar o carnaval teatral do Patusco. Como as orquestras de frevo eram insuficientes para atender toda a demanda dos blocos que a cada ano cresciam mais, Tuca viu no samba uma forma mais barata de se fazer carnaval e ao mesmo tempo mostrar que nosso carnaval era multicultural, e que Pernambuco não era apenas frevo. O povo gostou e agradeceu, requisitando hoje em dia o Patusco até para festas de casamento.

Tuca, esse “Alquimista de Carnaval”, vem demonstrando ao longo dos 50 anos de carnaval (ininterruptos) de seu Patusco, que essa forma simples, características natas de sua personalidade, e a total doação por amor a uma cidade que passou a ser cúmplice de sua aflorada criatividade, consegue manter o grupo como figura de destaque no cenário carnavalesco olindense. Essa identificação dele com o Patusco é tão grande, que hoje fica difícil falar de um e não falar do outro, e nessa forma paternal de administrar, conseguiu criar um grau de fidelização com os desfilantes e simpatizantes tão grande que é de causar inveja a qualquer grupo empresarial, comprovando que o que mais interessa para ele é sempre manter viva a filosofia que deu origem ao grupo, fazendo com que, no bloco, todo mundo seja amigo do amigo de alguém.

A banda, que se apresenta semanalmente nas principais casas de shows e eventos do Nordeste e Sudeste do país, é comandada por dois vocalistas, além dos integrantes que comandam a sua famosa bateria.