O desejo de postergar a maternidade deixou de ser exceção e se tornou uma tendência crescente no Brasil. Neste Outubro Rosa, o debate sobre o congelamento de óvulos ganha ainda mais relevância, especialmente para mulheres diagnosticadas com câncer de mama, que podem preservar a fertilidade antes de iniciar tratamentos como quimioterapia e radioterapia 🎗️.
📉 Queda na fecundidade e mudança de mentalidade
Segundo o IBGE, a taxa de filhos por mulher caiu para 1,55 em 2022, a menor da história, enquanto a idade média para o primeiro parto chegou a 28,1 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1 em cada 6 adultos enfrenta infertilidade. Esse cenário impulsionou o crescimento do congelamento de óvulos, que quase dobrou entre 2020 e 2023, segundo a Anvisa.
🏥 Preservação da fertilidade no contexto oncológico
No Hospital Mater Dei Salvador (HMDS), a procura pelo procedimento aumentou. A médica Wendy Delmondes, coordenadora do Centro de Reprodução Humana, explica que o congelamento é uma estratégia eficaz diante do envelhecimento reprodutivo e do impacto dos tratamentos oncológicos:
> “O risco de infertilidade aos 40 anos é mais que o dobro em relação aos 35. Para pacientes com câncer de mama, o congelamento antes da quimioterapia aumenta as chances de realizar o sonho da maternidade no futuro”, afirma.
🕰️ Planejamento com liberdade e segurança
Além de ampliar as possibilidades de planejamento familiar, o congelamento de óvulos representa uma transformação cultural. Mulheres podem adiar a maternidade sem pressão imediata, com segurança e autonomia. Estudos mostram que bebês gerados a partir de óvulos congelados têm índices de saúde equivalentes aos de gestações espontâneas 👶.
> “Os melhores resultados são obtidos quando o congelamento acontece antes dos 37 anos e com maior número de óvulos disponíveis”, orienta Delmondes.
📍 Bahia segue tendência nacional
Em Salvador, onde estão concentrados os principais centros especializados, especialistas observam um interesse crescente por técnicas de reprodução assistida. O movimento reflete uma mudança de mentalidade: mais do que postergar, trata-se de escolher quando e como ser mãe.
> “Cabe a nós, profissionais de saúde, oferecer informação clara e no tempo certo, para que cada mulher possa decidir de forma consciente sobre o seu futuro reprodutivo”, conclui Delmondes.