segunda-feira, 13 de outubro de 2025

#SendoProsperidade com Mariângela Borba

 


Saúde Mental na era digital: desconecte para conectar e fuja da espetacularização da vida

*Por Mariângela Borba

Olá você, leitor do #SendoProsperidade, tudo bem? Matutei, matutei sobre o tema da semana e resolvi registrar por aqui, em meio a essa espetacularização geral que, às vezes, é melhor guardar as previsões para nós mesmos. Afinal, a vida é como um jogo do Náutico: cheia de surpresas (nem sempre agradáveis, confesso!). Mas, ei, garanto que pelo menos a gente se diverte com os imprevistos! Vez em quando é bom comer sem tirar fotos da comida; ter momentos tão reais e esquecer mesmo de gravar; dar risada mais forte pessoalmente que qualquer “kkk”... A verdade é que a melhor parte da vida continua acontecendo longe das câmeras- nos risos, mesmo, que ninguém grava, nas conversas que ninguém vê enfim, nos momentos que só a gente sente, sem plateia por perto- ou por longe, também. Vivemos em tempos que o silêncio parece estranho mas, às vezes, sumir das redes é o melhor e maior sinal de presença. Afinal, alguns momentos foram feitos para a câmera, já outros, para a alma – algumas lembranças foram feitas para existir apenas na memória, não na nuvem.

É exatamente nesses momentos “fora das câmeras” que a gente encontra a verdadeira essência da vida. Nos risos espontâneos, nas conversas do coração e nas sensações que só a gente vive... É como um tesouro escondido que a gente guarda só pra gente! Vivemos tempos em que o silêncio virou suspeito e a ausência de post virou sinônimo de tédio. Profunda essa reflexão, né? Mas é a mais pura verdade: vivemos em tempos onde o “ao vivo” virou quase uma obrigação! Ora, mas vamos combinar que um pouco de silêncio e “tédio” podem ser revigorantes, né? Dá até pra meditar um pouco e recarregar as energias! Nem tudo o que curtimos precisa ir para o feed – e tudo bem. Se documentamos ou apenas vivemos, o que importa é que real. Afinal, a vida não é um reality show, né?

Um dado que não se tem atentado muito sobre esse lado da superexposição é que ela pode ser uma overdose de “vida perfeita” que ninguém precisa - mas termina achando que desconecta. De acordo com a neurologista Andréa Bacelar, “as pessoas têm que entender que a gente não nasceu com tela e nem conectado. O que a gente precisa é desconectar por 8h, 9h nessas 24h, para a gente viver bem essas 16h, 17h”, é assim que a médica alerta para o uso excessivo de telas , principalmente antes de dormir, e a busca por medicamentos para induzir o sono. A especialista reforça os impactos negativos desse modo de vida e reforça que as pessoas se queixam que não pegam no sono naturalmente – o normal é desacelerar quando deitar para acontecer a entrega ao sono, que, no normal, vai de 15 a 30 minutos. Mas se a pessoa ficar com uma tela diante de si ao deitar, a luz da tela vai até o “núcleo do sono”, chamado de supraquiasmático (NSQ), o relógio biológico que regula o ciclo circadiano com base na luz, “mostrando” à glândula que se tem claridade, ainda é dia e, portanto, não precisa produzir melatonina. Logo, segundo a pesquisadora, se a pessoa largar a tela ao menos 1h antes de dormir, consegue assim produzir o hormônio do sono, uma vez que a melatonina é o hormônio do escuro e não do claro. E deixa uma dica: “se o indivíduo começa a ter preocupação antes do sono sobre o que deve ou não fazer no dia seguinte, é indicado que ele tenha um boquinha ao lado da cama para anotar todas as preocupações para não esquecer de executar no dia seguinte pois, a partir do momento que está anotado, a pessoa pode esquecer e se despreocupar, uma vez que já está anotado o lembrete. Essa é uma perspectiva para desacelerar, também, e dormir.

Essa é a essência da vida: viver o momento, se desconectar para se conectar consigo mesmo e de valorizar o silêncio em meio a tanto barulho digital. Nem tudo precisa virar post, alguns momentos são tesouros que guardamos só pra gente!

*Mariângela Borba é comunicadora multifacetada, jornalista diplomada, revisora credenciada, uma social media expert se aventurando pelos estudos da psicanálise. Produtora Cultural com presença nos Conselhos municipais e nacionais de cultura, além de expertise em Cultura Pernambucana. Teve passagem pela secretaria Executiva do MinC, Regional Nordeste, e também Secretaria de Imprensa de Paulista (PE), além de ter circulação pelas conceituadas editorias de jornais e rádios de Pernambuco. Premiada e com produção bibliográfica na área de cultura. Membro da AIP, com um com um bisavô fundador que também era jornalista.