Ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro defendeu a reforma tributária realizada pelo Congresso Nacional, destacando seu potencial para impulsionar o crescimento econômico do País. “O Brasil tem uma legislação tributária na área do consumo extremamente complexa, disfuncional e que tem afetado o desempenho da economia brasileira", afirmou. Ele acredita que a adoção de um modelo similar ao IVA, presente em mais de 150 países, trará benefícios como simplificação, uniformização da legislação e deslocamento da tributação da origem para o destino, beneficiando estados menos desenvolvidos.
O ex-senador ainda pontuou os benefícios para a indústria nacional, que, segundo ele, sofre com a alta carga tributária sobre os bens industriais. “Com a reforma, os bens industriais vão ficar relativamente mais baratos e a indústria brasileira poderá concorrer de forma mais efetiva e isonômica com a indústria lá de fora”, disse.
O ex-senador reconheceu que os 26,5% previstos não representam uma alíquota baixa, mas argumentou que a mudança trará mais transparência. "Com a reforma tributária, a alíquota nominal corresponderá à alíquota real, diferente do sistema atual, em que você não sabe exatamente quanto paga", explicou.
Ele também afirmou que a reforma pode ter um impacto significativo no PIB brasileiro, citando estudos que apontam um crescimento de 12% a 15% em 10 anos. “A melhor maneira de você aumentar a arrecadação é pela via do crescimento econômico e não pelo aumento da carga tributária", defendeu.
A expectativa de Armando é que a reforma, além de impulsionar o crescimento, também gere mais empregos, a partir da simplificação do sistema tributário e da maior competitividade das empresas brasileiras. No entanto, para que esses benefícios se concretizem, a reforma ainda precisa passar pela etapa crucial da regulamentação ainda este ano, definindo os detalhes de sua implementação.
