segunda-feira, 30 de abril de 2012

Caatinga Sustentável


Em comemoração ao Dia da Caatinga, o Governo do Estado deu mais uma mostra do seu compromisso com a sustentabilidade. Nesta sexta-feira (27), o governador Eduardo Campos lançou o programa Caatinga Sustentável e assinou o decreto que cria a segunda Unidade de Conservação (UC) do bioma. As iniciativas têm como principal objetivo preservar a biodiversidade existente na Caatinga que hoje ocupa apenas cerca de 50% de sua área original.
O programa, que integra o Plano Estadual de Mudanças Climáticas, receberá investimentos de cerca de R$ 2,7 milhões. A maior parte dos recursos - R$ 2.4 milhões - será financiada pelo Fundo Nacional de Mudanças Climáticas (FNMC). Outros R$ 271 mil sairão dos cofres do Estado. Secretário de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, explicou que o programa é um “novo modelo de desenvolvimento na região do semiárido”.
As atividades desenvolvidas pelo programa visam garantir a segurança hídrica - através da construção comunitária de cisternas, alimentar - com a implantação de unidades produtivas, energética - com a construção de fogões ecológicos e ambiental - com a construção de banheiros com saneamento adequado. O Caatinga Sustentável também prevê o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis como apicultura, ecoturismo, agroecologia e sementeiras junto às comunidades que vivem na região do semiárido.
Para tanto, serão realizadas capacitações nos municípios. “Nós vamos estudar em cada região quais são as aptidões locais para que a gente possa trabalhar no alvo certo. Vamos começar com 15 municípios e depois vamos expandir para toda região do semiárido pernambucano”, explicou Sérgio Xavier. As cidades contempladas com o programa são: Carnaíba, Afrânio, Parnamirim, São Caetano, Exu, Floresta, Belém do São Francisco, Tacaratu, Santa Maria da Boa Vista, Triunfo, Serra Talhada, Serrita, Lagoa Grande, Cabrobó, Mirandiba.
SERRA DA CANOA – O município de Floresta foi o escolhido para receber a segunda UC da Caatinga.  A Estação Ecológica (ESE) de Serra da Canoa ocupará uma área de cerca de 6.600 mil hectares. A unidade foi adquirida como passivo ambiental pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e será repassada ao Estado. 
A implantação da UC também é uma resposta à solicitação feita pela organização não-governamental SOS Caatinga, que tem sede no município. “A Caatinga é um bioma que toca cerca de 90% do nosso território e 135 municípios do estado tem uma realidade de semiárido sob ameaça de desertificação. E entre tantas outras políticas precisamos de uma que implante unidades de conservação para que essas áreas sejam realmente preservadas”, afirmou o governador, durante a cerimônia no Palácio do Campo das Princesas.
Gestora das Unidades de Conservação, Giannina Cysneiros comemorou os resultados obtidos com a criação, em 2011, do Comitê Executivo para Criação e Implantação de Unidades de Conservação de Pernambuco. “Em menos de um ano de trabalho do comitê partimos do zero para a implantação de oito mil hectares de área preservação na Caatinga”.
Serra da Canoa será uma unidade de proteção integral. Estudos técnicos desenvolvidos pelas equipes da CPRH e da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade confirmaram as boas condições da biodiversidade na área. “A vegetação existente na Caatinga sobrevive às estiagens e a todo tipo de adversidade. Por tudo isso temos a possibilidade de encontrar riquezas que possam mudar a economia”, disse Eduardo.
Ao longo de 25 anos Pernambuco criou 66 Unidades de Conservação, mas nenhuma na Caatinga. Diante deste cenário, o Governo do Estado estabeleceu como meta prioritária implantar, até 2014, mais de 270 mil hectares de UCs em áreas suscetíveis à desertificação. Serão implantadas 81 unidades, desse total 68 ficarão na Mata Atlântica - bioma mais ameaçado do Brasil, com apenas 1% da cobertura original em Pernambuco -, e 13 na Caatinga. Além das unidades, 22 conselhos gestores estão em fase de consolidação.
Secretaria de Imprensa de Pernambuco