Falar sobre a morte com crianças ainda é um tabu na sociedade, mas especialistas alertam que o silêncio pode gerar impactos emocionais duradouros. Segundo a psicóloga Bianca Reis, é essencial que famílias e educadores desenvolvam o hábito de abordar o tema com sensibilidade e clareza, respeitando o tempo e a compreensão de cada criança.
🗣️ “Tudo que a gente não fala, comunica ou elabora cresce e acha um caminho de manifestação — e, em muitos casos, esse caminho é o adoecimento”, explica Bianca, referindo-se às doenças psicossomáticas que podem surgir quando emoções não são expressadas ou compreendidas.
👧🏽 Luto na infância: como lidar
- Ser transparente e acolhedor
- Trazer recordações positivas da pessoa que morreu
- Utilizar recursos lúdicos como livros e filmes
- Procurar ajuda profissional quando necessário
- Respeitar o tempo e a forma como cada criança vivencia o luto
Bianca reforça que o luto não é um evento, mas um processo fluido, que pode se manifestar de diferentes formas ao longo da vida. “A criança está em desenvolvimento cognitivo e emocional. Embora perceba que a morte é irreversível, há questões que ela só vai compreendendo à medida que cresce”, afirma.
📚 A especialista também destaca que o apoio dos adultos é fundamental para que a criança consiga identificar e expressar seus sentimentos. “A morte é um desafio emocional com o qual a criança tem que lidar, e por vezes pode desencadear diversos tipos de comportamento.”
💡 Falar sobre a vida e a morte de forma natural, antes mesmo de uma perda acontecer, pode ajudar a construir uma base emocional mais sólida e saudável. O uso de histórias, filmes e conversas abertas são ferramentas valiosas nesse processo.
👩⚕️ Sobre Bianca Reis
Psicóloga (CRP 03/11.152), psicoterapeuta, palestrante e facilitadora de grupos. Mestra em Família, especialista em Psicoterapia Junguiana, pós-graduada em Estimulação Precoce e pós-graduanda em Neuropsicologia, Psicologia do Desenvolvimento e Terapia do Esquema. Atua há mais de 12 anos na área clínica, com foco em infância, relacionamentos, sexualidade, ansiedade, depressão e saúde emocional.