O Recife, reconhecido como um berço de talentos para o cinema nacional, foi palco de um anúncio histórico para o setor audiovisual brasileiro: a chamada pública dos arranjos regionais, uma iniciativa do Ministério da Cultura com um investimento robusto de R$ 300 milhões. A notícia foi celebrada durante a abertura da 29ª edição do CINEPE Festival do Audiovisual, um evento que se consolida como um espaço simbólico para a cultura, a arte e a produção audiovisual.
O objetivo principal dos arranjos regionais é nacionalizar os recursos do fundo setorial do audiovisual e estruturar as políticas audiovisuais locais, ampliando o acesso aos meios de produção, distribuição e difusão para além dos grandes centros urbanos. "Viva! Viva a regionalização! A gente precisa trazer o cinema para todos os lugares", exclamou a apresentadora da noite, ressaltando a importância de descentralizar a produção e garantir qualidade de vida para os profissionais do setor.
Alfredo Bertini: "Uma honra receber a ministra e fazer deste o palco"
Um dos momentos mais aguardados da noite foi a fala de Alfredo Bertini, o "filhão do Festival", que celebrou os 29 anos de garra e dedicação ao CINEPE. Visivelmente emocionado, Bertini iniciou seu discurso saudando a Ministra da Cultura, Margareth Menezes.
"Eu gostaria de iniciar aqui, claro, saudando a excelentíssima senhora ministra Margareth Menezes, que nos honra, não só com sua prestigiosa presença, mas também pelo fato de estar lançando o programa de arranjo digital, de arranjos regionais, tão significativo para o nosso setor. Então, ministra, é uma honra não só recebê-la, mas também fazer deste o palco." A frase de Bertini ressalta a relevância do CINEPE como plataforma para debates e lançamentos de políticas públicas que impactam diretamente o futuro do audiovisual no País.
Ele prosseguiu destacando a importância histórica das políticas de regionalização, que permitiram a produtores como ele, em Pernambuco, filmar e desenvolver suas carreiras. Bertini também enfatizou a necessidade de regulamentar os serviços de streaming para garantir a pluralização da cultura brasileira, reforçando o compromisso com a diversidade de vozes e produções.
O Legado da Lei Rouanet e a Força da Cultura
Alfredo Bertini não poupou elogios à Lei Rouanet, defendendo-a como um instrumento fundamental para a cultura brasileira, apesar das "interpretações equivocadas" que, segundo ele, parte da sociedade fez nos últimos tempos. "Nós temos orgulho de dizer que temos 29 anos, que devemos comemorar o 30º, e somos 29 anos na Lei Rouanet", afirmou, destacando a longevidade e o sucesso do CINEPE graças ao incentivo fiscal. Ele agradeceu aos patrocinadores que utilizam o dispositivo da Lei, permitindo a concretização de festivais e projetos culturais em todo o País.
O produtor também expressou a dificuldade e a dedicação necessárias para realizar um evento de tal magnitude. "Para a gente chegar a uma abertura como essa e enfrentar o desafio de uma produção que já vem sendo trabalhada desde setembro do ano passado, é motivo de comemoração não só para mim, mas para a equipe, porque realmente é difícil", confessou.
Ele finalizou seu discurso com um chamado à união e ao fortalecimento da cadeia produtiva cultural, reiterando o orgulho do CINEPE em contribuir para o desenvolvimento do setor. "Viva o cinema brasileiro, viva o cinema de Pernambuco!", concluiu Bertini, sob aplausos calorosos do público presente.
