O Brasil registrou, em maio de 2025, o primeiro caso humano de gripe aviária, envolvendo um trabalhador de granja no Espírito Santo. No mesmo período, o vírus H5N1 foi identificado em uma unidade comercial de produção de ovos férteis em Montenegro, Rio Grande do Sul, levando ao sacrifício de mais de 17 mil aves e à decretação de emergência zoossanitária no estado. Com o avanço da doença, autoridades intensificaram medidas de vigilância e biossegurança para conter a disseminação do vírus.
Segundo o Ministério da Saúde, o risco de transmissão para a população permanece baixo. A médica infectologista Sílvia Fonseca, docente do IDOMED, explica que o vírus tem alta patogenicidade entre aves, mas apresenta baixa capacidade de se espalhar entre humanos. "O vírus H5N1 não é transmitido pelo consumo de carne de frango ou ovos devidamente cozidos, pois o calor destrói o vírus. O risco está no contato direto com aves infectadas, suas fezes ou secreções", afirma.
Especialistas recomendam medidas preventivas simples, como evitar contato com aves doentes ou mortas, utilizar equipamentos de proteção ao manipular animais em ambientes rurais e garantir o cozimento adequado de ovos e carnes de aves. Além disso, o diagnóstico da gripe aviária é laboratorial e a notificação de casos suspeitos é obrigatória conforme os protocolos de vigilância epidemiológica.
No setor agropecuário, o registro do vírus em granjas comerciais gerou impactos econômicos, incluindo a suspensão temporária das exportações para alguns países. O coordenador do curso de Agronomia da Wyden, Zeca Pansonato, destaca a necessidade de reforçar o controle da circulação de pessoas e veículos nas propriedades rurais, além de impedir o acesso de animais silvestres. "O Brasil possui um sistema de vigilância agropecuária sólido, mas é fundamental intensificar a educação sanitária no campo para garantir a segurança alimentar e econômica", ressalta.
O avanço da gripe aviária exige monitoramento constante e ações coordenadas para proteger a saúde pública e minimizar impactos na produção avícola nacional.