A luta da ciência e da medicina contra o câncer voltou a chamar a atenção do grande público nos últimos meses, com a repercussão dos tratamentos enfrentados pelas cantoras Rita Lee e Simony. Elas foram diagnosticadas respectivamente com tumores no pulmão e no intestino. Ambas anunciaram recentemente que entraram em processo de conclusão de seus tratamentos, alcançando a fase de remissão da doença - e que estão em boa recuperação.
Esse anúncio acabou interpretado por muitos como se elas já estivessem curadas da doença, embora os médicos oncologistas adotem a cautela ao usar esse termo. A professora Nairmara Soares Pimentel Cunha, do curso de Medicina da Faculdade Tiradentes de Goiana (Fits Goiana), explica que remissão e cura são bem diferentes em seus significados.
“Remissão significa que, após o tratamento realizado, nenhuma célula neoplásica [causadora do câncer] pode ser detectada no organismo. Ela pode ser parcial, quando alguns sintomas do câncer ainda permanecem, ou completa, quando não existem sinais e sintomas que indiquem a presença do câncer”, esclarece ela.
Continuidade do tratamento - O processo de remissão do câncer exige uma continuidade ainda mais dedicada do tratamento, mesmo após as últimas sessões de quimioterapia ou radioterapia. De acordo com Nairmara, o paciente precisará ainda de um acompanhamento médico constante, com exames laboratoriais e de imagem. Foi o que aconteceu com a própria Rita Lee, que voltou a ser internada no fim do mês passado e ficou nove dias em um hospital de São Paulo, realizando exames e avaliações.
A médica destaca também que, mesmo com a remissão do câncer, ainda não se pode falar em cura, e que não existe um tempo determinado para que isso aconteça. Antes, é preciso eliminar qualquer possibilidade de que o câncer venha a ressurgir no corpo do paciente. E isso depende ainda de outros fatores, como a extensão e a localização dos tumores (e de suas metástases, caso haja), além do perfil biológico do paciente.
