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terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Cida Pedrosa aprova requerimentos contra agressões de policiais a uma mulher trans

A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) debateu e aprovou dois requerimentos, ambos com o mesmo teor, pedindo a apuração da conduta de policiais militares de Pernambuco denunciados por agressão a uma mulher trans. “Ela estava dentro de um ônibus e sofreu transfobia. Quando desceu do transporte público, e fez a queixa, foi agredida pelos policiais. Trata-se de um caso de revitimização, que foi filmado e exibido nas redes sociais”, denunciou, na reunião plenária realizada na Câmara Municipal do Recife, na manhã desta segunda-feira (27).

Os requerimentos foram os seguintes: o de número 758/2023, que dirigiu apelo à Procuradoria Geral de Justiça, do Ministério Público de Pernambuco. E o de número 759/2023, dirigindo apelo à governadora do Estado, Raquel Lyra, para que seja providenciada a apuração da conduta dos policiais militares. A vereadora diz, nos documentos, que eles foram “denunciados por agressão à mulher trans ao reclamar caso de transfobia, segundo relatado pela imprensa local e nacional”.

A vereadora Cida Pedrosa afirmou esperar que “a primeira mulher governadora de Pernambuco possa propiciar uma formação para que os servidores do Estado estejam aptos a acolher os reclamos e as denúncias da população trans, assim como as das demais populações tidas como minorias. Essas populações não são minorias do ponto de vista numérico, mas sim representativas”.

De acordo com Cida Pedrosa, é muito comum ocorrer os casos de revitimização das mulheres quando são agredidas. Significa que, além das agressões que sofrem, elas ainda enfrentam discriminações ou agressões quando fazem as denúncias. Essa discriminação configura a revitimização.

“É muito comum que a gente pense em revitimização, pois as mulheres enfrentam a lei do silêncio, que impede de elas falarem publicamente das agressões sofridas em suas casas ou em locais públicos. Muitas vezes, quando a mulher chega a fazer queixas nas delegacias, os policiais perguntam se elas querem mesmo denunciar os agressores, mandam pensar nos filhos, no casamento, etc”

Cida Pedrosa lembrou, ainda que muitas mulheres trans se suicidam muito jovens porque são agredidas constantemente e não têm espaço ou oportunidade de fazerem reclamações. “A média de vida de uma pessoa trans é de apenas 39 anos. Às vezes penso que estou na Idade Média. E isso me dói. As mulheres não têm o direito de escolher o corpo que querem ou que lhe dá prazer”.

Imprensa Câmara Recife