O ex-deputado federal havia sido barrado por ter renunciado ao mandato de deputado federal, em 2005, para escapar da cassação. Ele foi acusado de receber propina de um empresário para estender a concessão do restaurante da Câmara, em um escândalo que ficou conhecido como "mensalinho".
Três anos após a renúncia, Severino Cavalcanti foi eleito prefeito de João Alfredo, e agora tentava a reeleição. A desistência acontece menos de 15 dias depois de o então candidato anunciar em carros de som em João Alfredo que continuava candidato apesar do indeferimento da candidatura.
"Eu sou o candidato à prefeitura da minha terra. O TRE não impedirá minha candidatura", dizia Cavalcanti, que ainda poderia recorrer ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O advogado do prefeito, Maurício Rabelo de Albuquerque, disse à época que Cavalcanti não se enquadra na lei da Ficha Limpa. "Houve uma renúncia em razão da saúde dele, tanto que a Câmara não abriu nenhum processo", disse. Ele não soube informar que doença acometia o então presidente da Câmara.
Contas
No dia 12 de setembro, o TCE-PE (Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco) determinou a apuração de uma série de irregularidades detectadas na folha de pagamento da Prefeitura de João Alfredo no período compreendido entre janeiro de 2009 e maio de 2010.
Auditoria do tribunal identificou problemas como pagamentos a pessoas mortas e a servidores que moram em outros Estados. A reportagem tentou contato com o advogado de Severino Cavalcanti e com o deputado estadual José Maurício (PP), filho do prefeito, mas não obteve retorno.
Jornal Gazeta do Povo (PR)
