A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) deu um passo importante na consolidação da pesquisa científica com cannabis no país. Nesta sexta-feira (17), das 9h às 12h, será realizado o Fórum Interinstitucional de Pesquisa e Regulação da Cannabis (FiPRC), com o objetivo de debater a segurança jurídica e institucional necessária para o avanço das pesquisas acadêmicas com a planta 🌱.
O evento contará com a participação da Aliança Medicinal, primeira fazenda urbana de cannabis medicinal do Brasil, que possui autorização judicial para cultivar, produzir e distribuir medicamentos à base de cannabis em todo o território nacional. Segundo o engenheiro agrônomo Ricardo Hazin Asfora (foto), diretor-executivo da Aliança, “a cannabis é uma revolução social que estamos consolidando com o suporte da ciência e da técnica. Não precisamos depender de nada de fora” 💬.
📈 O mercado global de cannabis movimentou cerca de 30 bilhões de dólares em 2024, com projeções de alcançar 58 bilhões até 2028, segundo a empresa de pesquisas BDSA, sediada no Colorado, EUA. No Brasil, no entanto, a ausência de um marco regulatório para fins comerciais e industriais ainda representa um entrave para o desenvolvimento do setor.
🏛️ A UFRPE busca garantir respaldo institucional para viabilizar pesquisas, mas enfrenta um processo burocrático e pouco claro quanto aos critérios de autorização. A professora Letícia da Costa e Silva, coordenadora de Mapeamento de Demandas Socioambientais e Pesquisa Aplicada da Pró-Reitoria de Pesquisa da UFRPE, destaca que “as mudanças vão permitir que o Brasil deixe de ser importador para se tornar exportador — desde o cultivo às pesquisas em torno da planta”.
📄 Este ano, o Grupo de Trabalho Multi-institucional de Regulamentação Científica da Cannabis — formado por Embrapa, SBPC e 29 universidades — publicou uma Nota Técnica entregue à Anvisa e ao Ministério da Saúde. O documento aponta os principais obstáculos e propõe soluções para acelerar a regulamentação científica no país.
🔬 A Aliança Medicinal também apoia pesquisas científicas, fornecendo matéria-prima cultivada sob rígido controle e com acompanhamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, parcerias entre associações de pacientes e universidades públicas ainda enfrentam barreiras legais que só são superadas judicialmente.
📍 Para mais informações sobre os programas de pesquisa da UFRPE, acesse o Portal de Pesquisa da universidade: https://nupesq.ufrpe.br.