Com quase metade dos lares brasileiros chefiados por mulheres, o crescimento das uniões homoafetivas e a maternidade cada vez mais tardia, o conceito de família está em plena transformação. Segundo dados do Censo Demográfico de 2022 e projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essas mudanças exigem uma revisão profunda nas estratégias de planejamento familiar.
👩⚕️ Para a médica especialista em reprodução humana, Juliana Souto, o planejamento familiar moderno vai muito além da escolha de métodos contraceptivos. “Estamos vivendo um cenário em que muitas mulheres decidem ter filhos mais tarde, outras vivem uniões homoafetivas ou assumem sozinhas a chefia do lar. Além disso, mudanças legais como a redução da idade para esterilização trazem novos desafios”, explica.
📉 O Brasil registrou em 2023 o menor número de nascimentos em 47 anos — apenas 2,59 milhões. Esse dado, somado ao aumento da maternidade tardia, revela que casais e indivíduos estão optando por ter menos filhos e em momentos mais específicos da vida. “Quando a gestação é adiada, aumentam os riscos ligados à fertilidade e à saúde do bebê. O acompanhamento profissional permite mapear esses riscos e usar a medicina reprodutiva a favor da família”, afirma Juliana.
🧬 A especialista destaca ainda o papel crescente dos testes genéticos preventivos, da preservação da fertilidade e dos tratamentos de reprodução assistida como ferramentas essenciais para quem deseja planejar a chegada de um filho com segurança e consciência.
⚖️ Outro ponto levantado pela médica é a desigualdade de gênero nas decisões reprodutivas. Apesar da legislação que dispensa autorização conjugal para procedimentos como laqueadura e vasectomia, os números mostram que as mulheres ainda recorrem muito mais à esterilização do que os homens. “É essencial que as discussões sobre planejamento familiar incluam homens e mulheres de forma igualitária. O compartilhamento de responsabilidades favorece relações mais saudáveis e reduz a carga que historicamente recaiu sobre as mulheres”, conclui.
👩🔬 Sobre a Doutora Juliana Souto
Formada pela Faculdade Pernambucana de Saúde, com residência no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) e especialização em Reprodução Humana pelo Instituto Sapientiae, em São Paulo, Juliana Souto é sócia da Clínica Donare e preceptora da pós-graduação em Ginecologia e Obstetrícia na Faculdade Afya. Seus estudos abrangem planejamento familiar, genética reprodutiva e aconselhamento. Como assessora de imprensa, atua na divulgação científica e na promoção de debates sobre saúde reprodutiva.
🌐 Para mais informações, acesse o site da Clínica Donare: www.clinicadonare.com.br