quinta-feira, 3 de julho de 2025

FNE Destina R$ 20,3 Bilhões ao Plano Safra 2025/2026 para Impulsionar Produção no Campo


Recife (PE) — O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo Banco do Nordeste e vinculado à Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), vai destinar R$ 20,3 bilhões em crédito para impulsionar a produção agropecuária na região durante o ciclo 2025/2026 do Plano Safra. O montante será dividido entre R$ 10,2 bilhões para a agricultura familiar e R$ 10,1 bilhões para o agronegócio empresarial.

A medida reforça o papel da Sudene como agente estratégico de desenvolvimento regional e reafirma o compromisso do Governo Federal com a inclusão produtiva no campo. Os recursos poderão ser utilizados para custeio, comercialização, investimentos em sustentabilidade e apoio à transição agroecológica.

💬 “Chegar na ponta da linha”

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destacou que o FNE chega a financiar até 95% da agricultura familiar no Nordeste. Segundo ele, o crédito é essencial para garantir que os pequenos produtores tenham acesso a condições facilitadas de financiamento:

> “Garantir que, especialmente, o pequeno produtor rural seja assistido por financiamentos facilitados nos ajuda a chegar na ponta da linha com a promoção do desenvolvimento regional, criando mais oportunidades para a geração de emprego e renda da população que tira seu sustento da terra.”

💰 Plano Safra mobiliza R$ 605 bilhões

O novo ciclo do Plano Safra foi lançado em duas etapas nesta semana. Na segunda-feira (30), o governo federal anunciou R$ 89 bilhões em crédito para a agricultura familiar, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Na terça-feira (1º), foi divulgado o Plano Safra Empresarial, com R$ 516,2 bilhões voltados a médios e grandes produtores.

Do total de R$ 605 bilhões mobilizados, R$ 37,5 bilhões são oriundos dos Fundos Constitucionais de Financiamento — com destaque para o FNE, que responde por mais da metade desse valor.

🥬 Incentivo à produção de alimentos e sustentabilidade

O FNE terá papel decisivo no financiamento de atividades sustentáveis e na produção de alimentos da cesta básica, como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, ovos e leite. A taxa de juros real para esses itens permanece em 3% ao ano, podendo cair para 2% no caso de cultivos orgânicos ou agroecológicos.

Durante o lançamento do Plano Safra da agricultura familiar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância de garantir que os recursos do Estado cheguem a quem mais precisa:

> “Tem um ditado que diz que o Brasil é um país em que tudo que se planta, dá. E o que a gente quer é garantir que quem planta possa colher, viver com dignidade e melhorar de vida com apoio do Estado.”

🔄 Efeitos que vão além do campo

Segundo o economista Wandemberg Almeida, coordenador-geral de Fundos de Desenvolvimento e de Financiamento, os impactos do Plano Safra vão além do setor agropecuário:

> “Temos uma vasta cadeia produtiva, envolvendo agricultores, irrigação, setor de grãos, operações para escoar a produção até chegar na ponta, nos supermercados. Neste cenário, há muitos postos de trabalho envolvidos. Você tem um efeito de transbordamento para o comércio, serviços, indústria, logística. Isso exige investimentos em outros setores como a própria infraestrutura.”