sexta-feira, 2 de maio de 2025

Burnout ou apenas cansaço? Psicólogo explica as diferenças e alerta sobre quando buscar ajuda


O cansaço faz parte da rotina de muitas pessoas, principalmente em tempos de alta demanda e jornadas intensas. Em grande parte dos casos, ele pode ser resolvido com descanso, férias ou pausas estratégicas. No entanto, quando essa exaustão se torna constante, incapacitante e vem acompanhada de sintomas físicos e emocionais, o alerta para um problema maior deve ser acionado: a Síndrome de Burnout.

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional, a Síndrome de Burnout é causada por um estresse crônico e contínuo no ambiente de trabalho. Segundo o psicólogo Alfredo Assunção, coordenador do curso de Psicologia da UNINASSAU Rio de Janeiro, diferentemente do cansaço comum, que pode ter diversas origens, o Burnout está diretamente ligado ao contexto profissional. “Se os sintomas aparecem exclusivamente quando a pessoa está trabalhando ou pensando nas demandas, começamos a levantar a hipótese da Síndrome”, explica.

Entre os sintomas mais comuns estão cansaço extremo, insônia, dores de cabeça frequentes, alterações no apetite, pressão alta, dificuldade de concentração e irritabilidade. Além disso, o indivíduo pode apresentar sensação de fracasso e impotência, mudanças bruscas de humor e comprometimento no rendimento profissional e nos relacionamentos. Diante desse quadro, buscar ajuda psicológica o quanto antes é essencial.

De acordo com Assunção, o acompanhamento psicológico não deve ser procurado apenas em momentos de crise, mas também como forma de prevenção. No entanto, sinais como sudorese, taquicardia, crises de ansiedade ou até mesmo vontade de desistir antes de começar o expediente podem indicar que algo está errado. “Nesses casos, a orientação de um psicólogo ou psiquiatra é essencial para o diagnóstico correto e início do tratamento”, reforça o especialista.

Para evitar o Burnout, é importante reconhecer os próprios limites e identificar os fatores que estão causando o desgaste no ambiente de trabalho. Em alguns casos, buscar diálogo com a liderança, solicitar mudanças de setor ou reavaliar o formato do vínculo empregatício são alternativas viáveis. “A sociedade valoriza o trabalho, mas, muitas vezes, isso leva ao adoecimento. É preciso repensar essa lógica para preservar a saúde mental”, afirma Assunção.

Por fim, é essencial diferenciar Burnout de outras condições como estresse, ansiedade e depressão, que, apesar de semelhantes, possuem causas e tratamentos distintos. O diagnóstico correto deve ser feito por um profissional de saúde mental, que poderá orientar e acompanhar o paciente em busca de equilíbrio, bem-estar e qualidade de vida.