quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Pernambuco cai para oitavo lugar em valor de produção da pecuária, mas produção de leite é recorde


O valor de produção em produtos de origem animal em Pernambuco cresceu de R$ 3,3 bilhões para R$ 3,8 bilhões entre 2021 e 2022, mas o estado caiu do 7º para o 8º lugar no ranking nacional, sendo ultrapassado pelo Ceará. Os números são da Produção Pecuária Municipal 2022, divulgada nesta quinta-feira (20) pelo IBGE. No entanto, a produção leiteira se manteve em alta e chegou a 1 bilhão e 178 mil litros, o maior volume já registrado, com aumento de 3,6% em 2022. 

Embora o aumento na produção do leite no estado tenha se traduzido no crescimento de R$ 2 bilhões para R$ 2,3 bilhões em valor de produção, Pernambuco também perdeu uma posição para o Ceará, caindo da 8º para a 9º colocação nacional. O produto detém 60,64% de todo o valor de produção apurado com produtos de origem animal no estado. No total, foram ordenhadas 542.755 mil vacas no ano passado, alcançando, assim, uma produtividade de aproximadamente 2,2 mil litros por vaca ao ano.

As dez cidades com maior produção de leite em Pernambuco estão no Agreste Meridional, no Sertão do Moxotó e no Sertão do Araripe. A cidade que mais produz leite em Pernambuco é Buíque, com 89 milhões de litros, junto com Itaíba (75 milhões de litros), Bodocó (56 milhões de litros), Bom Conselho (73 milhões de litros) e Pedra (55 milhões de litros).

_Pernambuco cai da 6ª para a 9ª posição entre os maiores produtores de ovos do país_

Pernambuco produziu 275 milhões de dúzias de ovos de galinha em 2022, 0,8% a menos em comparação a 2021 e a menor quantidade em quatro anos. A queda foi pequena, mas suficiente para o estado cair da 6ª para a 9º posição entre os maiores produtores de ovos do Brasil, sendo ultrapassado pelo Ceará, por Santa Catarina e por Goiás. 

O valor de produção foi de R$ 1 bilhão e 452 milhões, quase R$ 200 milhões a mais do que em 2021, mantendo o estado como o sétimo mais expressivo do país. A mercadoria compôs 37,96% de todo o valor de produção gerado no estado no ano passado, pouco abaixo dos 38,2% registrados em 2021. São Bento do Una, no Agreste, manteve a quarta posição como a cidade que mais produz ovos no Brasil: foram 104 milhões de dúzias em 2022, 3,5% a mais do que em 2021. 

_Pernambuco ultrapassa Bahia e se torna maior produtor de galináceos do Nordeste_

Entre 2021 e 2022, a quantidade de galináceos - que incluem frangos, frangas, galos, galinhas e pintinhos - pulou de 50,2 para 58,6 milhões de cabeças, um aumento de 16,8% no período. O resultado tornou Pernambuco o maior produtor do Nordeste e o 7º maior do país, ao ultrapassar a Bahia. São Bento do Una é o quinto município do país em número de galináceos e responsável, sozinho, por 23,5% de todo o rebanho do estado. 

Por outro lado, o efetivo de galinhas caiu de 14,3 milhões para aproximadamente 13,6 milhões de cabeças, um recuo de 5,1% entre 2021 e 2022. São Bento do Una, que detém pouco mais de quatro milhões desse total, perdeu 540 mil cabeças no período, caindo da 3ª para a 4ª colocação entre as cidades com o maior número de galinhas do país.

São Bento do Una também é líder na produção de ovos de codorna em Pernambuco, com 4.946 mil dúzias e valor de produção de R$ 8,6 milhões. O estado ocupa o 6º lugar nacional e o segundo lugar no Nordeste, atrás apenas do Ceará, tanto em quantidade produzida, com 11,9 mil dúzias, quanto em valor de produção (R$ 28,1 milhões). Com 1,1 milhão de cabeças, Pernambuco é o quinto estado nacional em rebanho de codornas, mantendo a posição de 2021. 

_Pernambuco tem maior efetivo de ovinos da série histórica da PPM_

A PPM mostra ainda que Pernambuco manteve sua posição de destaque na ovinocultura e na caprinocultura, dois tipos de rebanho melhor adaptados ao sertão. O estado tem o segundo maior efetivo de ovinos do país, com 3,5 milhões de cabeças em 2022, um acréscimo de 2,2% perante o ano anterior e a maior quantidade desde o início da pesquisa, em 1974, deixando Pernambuco com 16,5% do total nacional de cabeças.

Dos dez municípios com maior efetivo desses animais, três são pernambucanos. Dormentes, no Sertão, é o quarto município brasileiro com o maior número de ovinos, com 330 mil cabeças, além de Afrânio (250 mil cabeças) e Petrolina (210 mil cabeças).
Entre os caprinos (bodes, cabras e cabritos), Pernambuco manteve o segundo lugar nacional em 2022, com 3,2 milhões de cabeças, registrando aumento de 3,1% em relação ao ano anterior. O estado tem 26% de todo o rebanho nacional, superado apenas pela Bahia. Floresta, com 360 mil cabeças, manteve o segundo maior rebanho entre os municípios brasileiros, enquanto Petrolina, com 290 mil cabeças, caiu da terceira para a quinta posição.

_Tilápia responde por mais de três quartos do faturamento da aquicultura no estado_

Segundo a Pesquisa Pecuária Municipal, a aquicultura no estado deu um salto e arrecadou, no total, R$ 446 milhões em valor de produção em 2022, 47,6% a mais do que no ano anterior, passando do 7º para o 5º lugar nacional. O avanço se deve à produção de tilápia, já que Pernambuco foi a terceira localidade que faturou mais com o peixe, R$ 350 milhões, atrás apenas do Paraná e de São Paulo. Já a produção ficou em aproximadamente 28,9 mil toneladas, a quinta maior do país. 

Sozinho, o município de Jatobá é responsável por 15 mil toneladas do cultivo de tilápia, mais da metade do total do estado, seguida por Petrolândia (9,6 mil toneladas) e Itacuruba (2,2 mil toneladas). Os três municípios do Sertão de Itaparica respondem por 92,9% do volume produzido em Pernambuco.

O camarão é o segundo produto da aquicultura mais abundante no estado. O Nordeste é responsável por 99% da carcinicultura brasileira e Pernambuco caiu do quinto para o sexto lugar no ranking nacional de produção em 2022, com 4,4 mil toneladas. Mesmo assim, o valor de produção da carcinicultura subiu 5,9% entre um ano e outro, chegando a R$ 87 milhões. Goiana, na Mata Norte, é o município que mais produziu camarão no estado, com cerca de 3,3 mil toneladas, e responde sozinho por três quartos do total de Pernambuco.