terça-feira, 16 de março de 2021

Espetáculo Violeta aborda envelhecimento feminino

 

Em 2018, a atriz, bonequeira, marionetista e puppeteer Daiane Baumgartner se juntou ao multi-instrumentista João Sobral e criou a performance Naïfs, que usava uma boneca hiper-realista para abordar questões relacionadas ao envelhecimento da mulher. A montagem ganha uma nova versão, com uma dramaturgia mais vertical. E esse trabalho, agora chamado de Violeta, faz uma temporada online e gratuita entre os dias 18 e 27 de março, com sessões às quintas, sextas e sábados, às 19h, no canal do YouTube @DaianeBaumgartner.

Para essa montagem, Daiane aprofundou as reflexões sobre temas como solidão da mulher idosa, conflitos geracionais, medos, anseios, opressão, preconceito e fundamentalismo religioso.

A história também ganhou o apoio da linguagem do Teatro de Objetos, por meio da parceria com duas pesquisadoras da área: a dramaturga, artista visual e contadora de histórias Mônica Estela e a bonequeira em formação pela SP Escola de Teatro Priscilla Krüger. O trio assina a direção do espetáculo.

Na trama, Violeta, uma boneca hiper-realista em tamanho real, é uma mulher de 84 anos sem estudo que foi trabalhar na lavoura muito cedo e se casou na adolescência. Passou a vida toda cuidando dos filhos, costurando e indo à igreja.

Com a morte do marido, ela decide morar com a filha e parte levando todos os seus pertences. Enquanto espera o trem, Violeta conhece o músico Antonio Bento, cujas canções a transportam em uma viagem por suas lembranças. E todo esse percurso poético a ajuda a conquistar a tão sonhada liberdade.

Assim, com o auxílio das músicas de João Sobral, único artista brasileiro que possui um inovador instrumento de cordas chamado Vassonora, feito a partir de uma vassoura, a narrativa mostra a importância de valorizar o agora e problematiza a forma como os idosos são vistos na sociedade.

USO DA INTERNET EM CENA

Para Daiane, o uso da internet potencializou a narrativa. “Como eu manipulo a Violeta, nas apresentações presenciais o público sempre me vê. Mas na construção dessas cenas virtuais, eu consigo deixar apenas a boneca aparecendo. Dessa forma, posso trabalhar melhor o olhar e o gestual dela, com movimentos mais minimalistas”, conta.

O espetáculo também passou a se relacionar com a linguagem audiovisual, característica que a artista também quer explorar. “Faremos cenas mais aproximadas, com cortes bem parecidos com os encontrados no cinema”, completa.

A performance Naïfs, que deu origem ao Violeta, estreou em julho de 2018 e já percorreu vários países, como Portugal e Romênia, além de participar do maior festival de bonecos do mundo, o 20º Festival Mondial des Theatres De Marionettes, em Charleville-Méziéres, na França.

O projeto Violeta é contemplado pela Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério do Turismo, Governo Federal.

O SURGIMENTO DE VIOLETA

A história de Violeta começa em 2016, quando Daiane Baumgartner participa do Workshop de Construção de Bonecos com a artista russa Natacha Belova, uma das maiores referências mundiais no Teatro de Formas Animadas.

Um ano após a vivência, a puppeteer mergulhou na história das mulheres de sua família e criou a Violeta. Suas principais referências foram a avó materna Amélia Ceccatto e a mãe Marilei Baumgartner.

A boneca participou do espetáculo “Cabaret Famulus” do Coletivo Du-Plo Laboratório de Marionetes, em 2017, e de experimentações na linguagem do teatro de rua, em 2018, o que deu origem à performance Naïfs.

SOBRE DAIANE BAUMGARTNER

Formada em Artes Cênicas, foi coordenadora e bonequeira da Companhia da Sombra. Fez cursos com pesquisadores da linguagem do Teatro de Sombras e fez o Workshop de Construção de Bonecos com Natacha Belova. Ganhou diversos editais de produções e circulações de espetáculos como: ProAC 10/2014, CAIXA Cultural 2015/2016, ProAC 03/2016, ProAC 36/2017 e editais municipais de Rio Claro em 2018 e 2019. Atualmente está aprimorando um trabalho que circulou por festivais internacionais em Portugal, Romênia, Cabo Verde além de estar presente no 20º Festival Mondial des Theatre de Marionnette em Charleville na França.

SOBRE JOÃO SOBRAL

João Sobral é brasileiro, um jovem artesão no ofício e a serviço do som, constrói ritmos, melodias e canções. Seu repertório vai do lúdico ao índigo em experimentações de texturas que transitam entre o acústico e o eletrônico. Das infuências às afluências dos grandes artistas brasileiros e das singularidades regionais do país, vai também do folclórico ao contemporâneo. Do Brasil para o mundo, sua obra chega em Londres pelo pesquisador musical especialista em música brasileira e Dj Gilles Peterson.

SINOPSE

Depois da perda de seu marido, Violeta vai para a casa de seus filhos levando tudo o que tem. Na estação de trem encontra Antonio Bento, um músico de rua e inventor que passa seus dias ali na estação, entre chegadas e partidas. Desse encontro somos convidados a assistir e a participar das lembranças e recordações, dores e amores da vida dessa senhora, que nos mostra como é importante valorizar o agora!

FICHA TÉCNICA

Concepção, pesquisa e boneca: Daiane Baumgartner (@daianebaumgartner)
Direção coletiva: Daiane Baumgartner, Mônica Estela (@monica.estela.artes) e Priscilla Krüger (@kruger.pri)
Música original e dramaturgia sonora: João Sobral (@sobralzileiro)
Edição de som: Leo Bortolin (@somdeblackmaria)
Captação de imagem: Gabriel Rais (@gabrielrais)
Edição: Leticia Lima (@leticialimaph)
Comunicação visual: Laura Kimm (@laura_kimm_)
Apoio: Fusteria (@fusteriarc)
Produção: Daiane Baumgartner, Erika Layher (@erikalayher) e Geovana Oliveira (@geoliveir)
Assessoria de imprensa: Canal Aberto (@canal_aberto)

SERVIÇO

VIOLETA
De 18 a 27 de março
Quintas, sextas e sábados, às 19h
Ingressos: grátis
Duração: 50 minutos | Classificação: livre