segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Tem "jornalista" que não merece ser chamado como tal

COI (Comitê Olímpico Internacional) se pronunciou sobre o caso envolvendo o "editor/jornalista" Nico Rines (foto), do londrino Daily Beast, que armou diversas emboscadas usando apps de relacionamento (como o Tinder e Grindr) para tirar atletas do armário durante as Olimpíadas. Em uma nota oficial, o comportamento dele foi considerado "simplesmente inadmissível".

Alguns dos atletas gays que tiveram suas identidades reveladas, devido às dicas escritas na matéria de Nico, nem mesmo poderão retornar para as suas casas depois dos jogos olímpicos. O fato é que, infelizmente, os seus países de origem consideram a homossexualidade um crime que pode levar até mesmo a morte. Resultado: o "jornalista" já voltou para Londres e deve ser demitido.

Entenda o caso - Com um perfil de fotos falsas, ele conseguiu marcar encontros com diversos atletas e publicou algumas dessas conversas no seu site. Obviamente, ele não chegou a sair com nenhum deles, afinal, a ideia era apenas ridicularizá-los. Nico chegou a citar quais esportes os tais atletas praticavam e até os seus países de origem. O resultado? Desastroso.

Muitos desses atletas tem pouco mais de 18 anos e tiveram suas vidas expostas antes mesmo de terem se assumido para os seus familiares. Outros, que são casados e tem filhos, terão muito a explicar para as suas famílias. E o pior! Alguns desses atletas vivem em países em que ser gay é crime e nem mesmo poderão voltar para as suas casas.

A melhor parte foi esse textão, do brasileiro Bruno Campello:

"Um jornalista de m****, hétero, entrou no Grindr na vila olímpica, viu que tinham muitos atletas gays, pegou as informações de cada um e publicou num site. Alguns desses atletas não estavam fora do armário (sair do armário no meio esportivo é algo BEM complicado), outros vinham de países onde ser gay é ilegal (eles podem ser presos, impossibilitados de jogar pra sempre, sofrerem atentados, até ser mortos), e, como o nadador da foto aqui falou, alguns tem cerca de 18 anos e deveriam ter o direito de escolher quando e onde sair do armário (cada pessoa deve decidir a hora de falar para suas famílias e amigos). Agora imagina esses atletas, que treinaram nos últimos 4 anos, além da cobrança de participar de uma olimpíada, tendo que competir no meio dessa montanha russa de emoções. Um jornalista e****** desses não merece ser chamado de jornalista. Gostaria que a vida dele se f****** com isso, que ele recebesse mil processos no c*, mas eu tenho certeza absoluta que nada vai acontecer com ele, muito antes pelo contrário, só vai ficar mais famoso."

Com informações do Catraca Livre

Nota do Blog: Essa é mais uma aula de como NÃO ser jornalista.