segunda-feira, 26 de maio de 2014

Condenado pela morte do Índio Galdino passa em concurso da Polícia

Gutemberg Nader Almeida Junior (foto) foi condenado por ter participado do crime, no dia 20 de abril de 1997, quando tinha 17 anos. Ele e mais quatro amigos atacaram o índio que dormia em um ponto de ônibus, no centro de Brasília. O homem, que perdeu a condução quando voltava para casa, depois de uma comemoração ao Dia do Índio, teve 95% do corpo queimado e morreu. 

17 anos se passaram desde o crime que chocou o País e Gutemberg foi aprovado em um concurso para agente da Polícia Civil do Distrito Federal. O Tribunal de Justiça de Brasília concedeu uma liminar que garante ao candidato o ingresso na corporação. O caso levantou polêmica. 

Índio Galdino - Galdino Jesus dos Santos foi um líder indígena brasileiro da etnia pataxó-hã-hã-hãe. Por ocasião das comemorações do Dia do Índio, em 1997, fora a Brasília juntamente com outras sete lideranças indígenas, para levar suas reivindicações acerca da recuperação da Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, em conflito fundiário com fazendeiros.

Regalias - Gutemberg, ainda menor, foi encaminhado para o centro de reabilitação juvenil do Distrito Federal, onde ficou preso apenas por três meses, apesar de ter sido condenado a um ano de reclusão. Os outros quatro foram condenados, em 2001, a catorze anos de prisão em regime integralmente fechado por homicídio doloso. Pela gravidade do crime não teriam direito a determinados benefícios, mas, já no ano seguinte, receberam autorização para exercer funções administrativas em órgãos públicos. 

No ano passado, Gutemberg  tentou se tornar agente e escrivão da Polícia Civil de Goiás. Passou em todos os estágios —prova de conhecimentos, avaliação médica, teste de aptidão física, exame psicotécnico e prova de digitação — e só parou na última, exatamente a investigação de seu passado. Em Goiás, a reprovação ficou sob responsabilidade do Conselho Superior da Polícia Civil, que negou a aprovação.

Como estão os outros condenados pela morte do Índio Galdino:

Antônio Novely Cardoso de Vilanova - Tinha 19 anos na época do crime. Filho de um juiz federal, Vilanova  trabalhava como digitador. Admitiu ter atirado os fósforos em Galdino.

Eron Chaves de Oliveira - Tinha 19 anos. Primo dos irmãos Tomás e Gutemberg, admitiu ter despejado álcool sobre o índio. Hoje trabalha na pizzaria do pai

Max Rogério Alves - Tinha 19 anos. Criado por um ex-ministro do TSE, Alves trabalhava no escritório de advocacia do padrasto. Admitiu ter dirigido o carro na fuga.

Tomás Oliveira de Almeida - Irmão de Gutemberg. Tinha 18 anos. Único do grupo a cursar uma faculdade, estudava Administração. Também admitiu ter atirado os fósforos. Hoje trabalha no setor de marcação de consultas em um hospital de Brasília.

Com informações dos portais R7, G1 e Correio Braziliense