terça-feira, 12 de agosto de 2025

#EntrevistasInéditas Augusto César Filho segue os passos do pai e sonha com a carreira nacional e em um dueto com o cantor Daniel

 


Augusto César Filho, o Guto, é cantor e compositor e tem o Brega Romântico no seu estilo. Tem no pai, o saudoso cantor Augusto César (1959-2021), a maior referência na música e na vida. Apesar da pressão de carregar o nome e o legado do pai,  Augusto César Filho se sente tranquilo para seguir adiante. Desde os 13 anos, ele acompanhou de perto a carreira do pai e teve participação ativa em seu crescimento. Ele se sente na obrigação de continuar a história deixada por seu pai e relata que aprendeu muito com a experiência de trabalhar com ele por muitos anos.

Entre as lembranças marcantes, ele destaca que seu pai mudava a energia dos lugares com seu sorriso largo. E, independentemente dos problemas da vida pessoal, sempre demonstrava respeito pelo público. Augusto César pai cantava da mesma forma, com a mesma dedicação, para uma, mil ou um milhão de pessoas. Ele não fazia distinção entre as pessoas, tratando a todos bem, seja na rua ou em um palácio. A conexão com o público e o sorriso aberto são lições que o filho aprendeu e aplica em sua própria carreira. Ele segue a mesma linha de seu pai, com a crença de que o trabalho deles é fazer o público dançar e se divertir.

A "Escalada Continua" e as inspirações musicais

A ideia de seguir cantando surgiu após um show de homenagem a José Augusto, intitulado "Augusto Canta Augusto", onde seu pai esqueceu a letra e ele o substituiu. O público o apoiou muito, já que muitos não sabiam que ele cantava. Após o falecimento de seu pai, o organizador do evento, Flávio Ramos, o incentivou a dar continuidade ao trabalho. Para se lançar no mercado, já que era conhecido apenas como "o filho de Augusto César" e trabalhava nos bastidores, ele gravou um material audiovisual para mostrar seu potencial. O show "A Escalada Continua" já está disponível no YouTube.

Hoje no mercado, Augusto César Filho busca reviver músicas antigas que fizeram sucesso, assim como outras menos conhecidas. Ele se inspira em suas próprias experiências românticas para compor, e planeja lançar um álbum totalmente autoral em breve. No palco, ele canta músicas de bandas nostálgicas de Recife, como Labaredas, Veneza Brasileira e Paixão Brasileira do Brega, além de homenagear cantores nacionais como Reginaldo Rossi.

Para ele, não há competição com as novas gerações

Ele afirma que não compete com os artistas mais novos do brega, pois seu estilo resgata as músicas mais antigas, se encaixando com cantores como Adilson Ramos e Bartô Galeno. Ele ainda planeja gravar um projeto audiovisual com artistas mais jovens cantando bregas antigos. Ele reconhece que o brega romântico atual em Recife deve muito aos grandes artistas que abriram as portas e continuam cantando o amor. Para ele, brega é a música que toca tanto na comunidade quanto na elite.

Com influências musicais diversas que vêm de casa, como samba, pagode, sertanejo e forró, além de rock e pop rock, o artista segue com a missão de manter vivo o legado do pai. Ele afirma que as expectativas são as melhores possíveis. Com muito trabalho, ele pretende alcançar a mídia nacional e, quem sabe, a internacional. Ele sabe que ainda há muito o que fazer. Um de seus sonhos é gravar com o cantor sertanejo romântico Daniel, a quem ele admira e sempre ouviu. 

Vamos conhece-lo melhor?

O pequeno Augusto na formatura do ABC ao lado do pai


Seu pai, Augusto César, é uma lenda do brega romântico. Como você lida com a pressão de carregar um sobrenome tão forte e qual a importância de manter vivo o legado musical dele em sua própria carreira?

Oi, Taís! Olha só, eu sinto logicamente a pressão de carregar o nome Augusto César, mas ao mesmo tempo eu tenho a vantagem de ter acompanhado meu pai durante muitos anos.
Desde os meus 13 anos de idade eu acompanhei meu pai e ajudei muito muito na Escalada e muito na carreira dele tive participação efetiva. Então isso é o que me deixa mais tranquilo para carregar o legado. E eu me sinto na obrigação de continuar a história que o meu pai deixou aqui, né, logicamente que eu faço meu show do meu jeito mas muita coisa, muita coisa mesmo eu aprendi com ele.

Além das canções do seu pai, quais são suas outras referências musicais? E como você descreveria o seu próprio estilo dentro do brega romântico, diferenciando-o da obra de Augusto César?

Eu tenho influências mil em estilos musicais, a começar da minha casa, né? A minha irmã mais velha, a Elaine, ela sempre foi fã do samba, do pagode, principalmente do Alexandre Pires, do Só Pra Contrariar. Meu irmão, Elton, ele sempre curtia o sertanejo, Zezé di Camargo & Luciano, Bruno & Marrone, enfim, os sertanejos, né? A minha mãe era mais do forró, curtia muito o meu querido, posso chamar de tio, Santanna, o cantador. E meu pai sempre foi no romântico, né? Eu cresci ouvindo vários estilos musicais em casa.  E eu curtia um pouco de tudo. E mais o rock, o pop rock. Enfim, eu passei por vários estilos musicais.

E aí dentro do Brega eu faço aquilo que eu aprendi com meu pai e eu sempre curti as bandas nostálgicas de Recife, né? Banda Labaredas, Veneza Brasileira, Chama do Brega, Paixão Brasileira do Brega, Luminar, O Conde. Enfim, eu sempre curti os nossos amigos, né? E aí eu canto, eu canto também as músicas das bandas de Recife no show, entende? E alguns cantores nacionais também, né? A gente não pode deixar de citar também o nosso rei Reginaldo Rossi, não é isso?


Pai e filho nos bastidores de um antigo Carnaval



O seu álbum de estreia, "A Escalada Continua", é uma clara homenagem ao seu pai. Fale um pouco sobre o processo de criação desse projeto e o que a canção “Escalada", em sua nova versão, representa para você.

Sim, a Escalada continua.

Essa história surgiu de um show onde meu pai estava fazendo uma homenagem a José Augusto, que o título do show era Augusto canta Augusto, meu pai cantando as músicas de José Augusto, com a ideia do nosso querido amigo Flávio Ramos, onde, em um momento, meu pai esqueceu a letra de uma das músicas que estava no repertório e eu cantei. E nessa hora que eu entro cantando, o público me deu o maior apoio, né? Muita gente não sabia que eu cantava e foi uma coisa bem de surpresa, assim. E aí, quando terminamos esse show, Flávio Ramos, que era o organizador do evento, o idealizador do evento, ele me chamou no canto e perguntou se eu tinha algum projeto paralelo cantando sozinho sem meu pai e eu não tinha naquela época, sempre fui o braço direito do meu pai e não tinha tempo, na verdade, de seguir uma carreira solo eu sempre trabalhei muito com meu pai, 24 horas do meu tempo, eu estava sempre ligado ao meu pai.

E aí quando aconteceu o falecimento do meu pai, o Flávio entrou em contato comigo e me perguntou se eu ia continuar a escalada ou se eu iria deixar outras pessoas tomarem conta da situação. E aí prontamente eu já tinha refletido sobre isso. Resolvemos que pra me lançar no mercado, porque eu não era ninguém no mercado, né? Eu era o filho de Augusto César e eu não aparecia porque eu ficava lá atrás, tomando conta das coisas e na guitarra, fazendo backing vocal, empresariando, enfim...

O público não me conhecia cantando. E aí decidimos que precisávamos ter um material pra mostrar ao público o meu potencial. E aí gravamos o audiovisual, “A Escalada Continua”. que já está nas plataformas no nosso canal do YouTube Augusto César Filho Oficial e graças a Deus deixamos tendo uma aprovação muito boa.

E é isso estamos continuando a história, o legado que o meu pai deixou para a gente trabalhar.

Qual é a sua lembrança mais marcante com seu pai, seja no palco ou na vida pessoal, que te inspira a seguir na música?

Lembranças marcantes nossa tenho muitas lembranças como eu falei foram vários anos trabalhando com o meu pai e o que eu posso dizer é que o meu pai era um cara que mudava a energia dos lugares aonde ele chegava sempre com aquele sorriso largo dele. Era um cara que, independentemente do que estava acontecendo na vida pessoal, particular, ele sempre teve respeito ao público e a gente saía de casa pra fazer o nosso trabalho.

É como ele sempre disse, De que a gente não saía de casa pra enrolar ninguém e que o nosso trabalho era fazer o público dançar e gostar, né? Independentemente da quantidade de público que tivesse na casa que a gente fosse cantar se tivesse uma pessoa pago o ingresso ele cantava se tivesse mil pessoas ele cantava se tivesse um milhão de pessoas presente ele ia cantar sempre do mesmo jeito da mesma forma.

 

Os Augustos ao lado de amigos, como o mestre J. Michilles

Você compõe suas próprias músicas? Como é o seu processo de criação?

Então, hoje no mercado é muito difícil você apresentar uma música autoral. O que muitos artistas têm feito e eu tenho copiado essa situação é repaginar músicas antigas que foram sucessos e algumas antigas que não foram tão conhecidas. A gente tem andado nessa linha eu tenho algumas composições inclusive tem música que meu pai gravou, que foi minha, tem uma música no meu álbum que que é minha também a gente tem algumas composições eu pretendo lançar um álbum, um EP totalmente autoral com músicas minhas em breve, né, Para apresentar também as minhas ideias as minhas as minhas inspirações. Elas geralmente são processos que eu passei e que passo como um romântico, como eu me vejo uma pessoa romântica, apaixonada, e que não deixa ou não desiste do amor.

Quais são os maiores desafios que você enfrenta hoje, como um artista da nova geração do brega, em um mercado musical tão competitivo?

Então os maiores desafios é o seguinte eu acabo não competindo com o pessoal mais novo do brega até porque a batida da gente é um pouco diferente né eu resgato as músicas mais antigas então eu acabo me encaixando ali com as bandas antigas, né com cantores mais antigos também, posso citar aqui o Adilson Ramos, o Leonardo Sullivan, o Bartô Galeno, né? Eu entro no meio dessas feras aí. A minha competição é com o pessoal mais antigo e o pessoal mais novo a gente tem se aproximado bastante. Inclusive a gente pretende gravar um material audiovisual com o pessoal mais novo cantando as músicas das antigas, os bregas antigos.

Seu pai era conhecido por sua simplicidade e proximidade com os fãs. Como você busca construir essa mesma relação de carinho e afeto com o seu público?

Conexão com o público é uma coisa que eu aprendi muito bem com meu pai. Ele sempre foi apontado como o cara que andava no meio da rua ou no palácio. Ele não fazia distinção das pessoas. Ele sempre tratava todo mundo muito bem independente de qualquer coisa. O sorriso dele sempre estava escancarado no rosto.

Isso aí eu aprendi muito bem com ele.

Eu tenho feito ações como ele fazia e a gente tem se dado muito bem nessa situação também. Eu sigo na mesma linha.

Qual é a sua maior expectativa para sua carreira nos próximos anos? Onde você se vê daqui a cinco anos?

As expectativas são as melhores possíveis.

A gente vem numa ascendência muito grande. Graças a Deus que é resultado de muito trabalho. A gente não simplesmente pegou o legado bateu no peito e tocou.

A gente ainda tem muito. O que fazer. A gente vai a gente vai trabalhar muito para atingir a
Mídia nacional e quem sabe, Internacional.

A gente já tem exemplos. Aqui de Artistas nossos que foram fazer eventos no exterior e estão muito bem. A nossa ideia é essa daqui a cinco anos eu quero estar conhecido nacionalmente, e, quem sabe internacionalmente.

Como você enxerga o cenário do brega romântico em Pernambuco e no Brasil hoje? Há um movimento de renovação?

Então o brega romântico atual em Recife ele eu acredito que deve muito aos grandes artistas que nós tivemos né as portas que ficaram abertas e a gente tem representantes muito legais aí no meio artístico da música romântica que continuam cantando o amor né tem a outra a outra face do brega, que é uma batida mais atual, que é para o pessoal mais jovem e aí a linguagem é outra, mas é não deixa de ser brega, né, já foi abraçado como o público brega e brega é tudo aquilo que que entra no meio da multidão brega para mim é aquela música que toca na comunidade e na elite.

Pra mim o brega é isso, é a música que toca na comunidade como toca também na elite.

Se você pudesse realizar um sonho na música, que ainda não realizou, qual seria?

Eu tenho vários sonhos vários sonhos um deles é gravar com um dos meus ídolos que é o Daniel o sertanejo romântico que é um cara que eu curto muito e sempre ouvi e sempre fui fã e admirador da pessoa e do artista que é o Daniel.


Vamos agora conhecer o talento do Augusto César Filho?