Augusto César Filho, o Guto, é cantor e compositor e tem o
Brega Romântico no seu estilo. Tem no pai, o saudoso cantor Augusto César (1959-2021),
a maior referência na música e na vida. Apesar da pressão de carregar o nome e
o legado do pai, Augusto César Filho se
sente tranquilo para seguir adiante. Desde os 13 anos, ele acompanhou de perto
a carreira do pai e teve participação ativa em seu crescimento. Ele se sente na
obrigação de continuar a história deixada por seu pai e relata que aprendeu
muito com a experiência de trabalhar com ele por muitos anos.
Entre as lembranças marcantes, ele destaca que seu pai
mudava a energia dos lugares com seu sorriso largo. E, independentemente dos
problemas da vida pessoal, sempre demonstrava respeito pelo público. Augusto
César pai cantava da mesma forma, com a mesma dedicação, para uma, mil ou um
milhão de pessoas. Ele não fazia distinção entre as pessoas, tratando a todos
bem, seja na rua ou em um palácio. A conexão com o público e o sorriso aberto
são lições que o filho aprendeu e aplica em sua própria carreira. Ele segue a
mesma linha de seu pai, com a crença de que o trabalho deles é fazer o público
dançar e se divertir.
A "Escalada Continua" e as inspirações musicais
A ideia de seguir cantando surgiu após um show de homenagem
a José Augusto, intitulado "Augusto Canta Augusto", onde seu pai
esqueceu a letra e ele o substituiu. O público o apoiou muito, já que muitos
não sabiam que ele cantava. Após o falecimento de seu pai, o organizador do
evento, Flávio Ramos, o incentivou a dar continuidade ao trabalho. Para se
lançar no mercado, já que era conhecido apenas como "o filho de Augusto
César" e trabalhava nos bastidores, ele gravou um material audiovisual
para mostrar seu potencial. O show "A Escalada Continua" já está
disponível no YouTube.
Hoje no mercado, Augusto César Filho busca reviver músicas
antigas que fizeram sucesso, assim como outras menos conhecidas. Ele se inspira
em suas próprias experiências românticas para compor, e planeja lançar um álbum
totalmente autoral em breve. No palco, ele canta músicas de bandas nostálgicas
de Recife, como Labaredas, Veneza Brasileira e Paixão Brasileira do Brega, além
de homenagear cantores nacionais como Reginaldo Rossi.
Para ele, não há competição com as novas gerações
Ele afirma que não compete com os artistas mais novos do
brega, pois seu estilo resgata as músicas mais antigas, se encaixando com
cantores como Adilson Ramos e Bartô Galeno. Ele ainda planeja gravar um projeto
audiovisual com artistas mais jovens cantando bregas antigos. Ele reconhece que
o brega romântico atual em Recife deve muito aos grandes artistas que abriram
as portas e continuam cantando o amor. Para ele, brega é a música que toca
tanto na comunidade quanto na elite.
Com influências musicais diversas que vêm de casa, como samba, pagode, sertanejo e forró, além de rock e pop rock, o artista segue com a missão de manter vivo o legado do pai. Ele afirma que as expectativas são as melhores possíveis. Com muito trabalho, ele pretende alcançar a mídia nacional e, quem sabe, a internacional. Ele sabe que ainda há muito o que fazer. Um de seus sonhos é gravar com o cantor sertanejo romântico Daniel, a quem ele admira e sempre ouviu.
Vamos conhece-lo melhor?
Seu pai, Augusto César, é uma
lenda do brega romântico. Como você lida com a pressão de carregar um sobrenome
tão forte e qual a importância de manter vivo o legado musical dele em sua
própria carreira?
Oi, Taís! Olha só, eu sinto
logicamente a pressão de carregar o nome Augusto César, mas ao mesmo tempo eu
tenho a vantagem de ter acompanhado meu pai durante muitos anos.
Desde os meus 13 anos de idade eu acompanhei meu pai e ajudei muito muito na Escalada
e muito na carreira dele tive participação efetiva. Então isso é o que me deixa
mais tranquilo para carregar o legado. E eu me sinto na obrigação de continuar
a história que o meu pai deixou aqui, né, logicamente que eu faço meu show do
meu jeito mas muita coisa, muita coisa mesmo eu aprendi com ele.
Além das canções do seu pai,
quais são suas outras referências musicais? E como você descreveria o seu
próprio estilo dentro do brega romântico, diferenciando-o da obra de Augusto
César?
Eu tenho influências mil em
estilos musicais, a começar da minha casa, né? A minha irmã mais velha, a Elaine,
ela sempre foi fã do samba, do pagode, principalmente do Alexandre Pires, do Só
Pra Contrariar. Meu irmão, Elton, ele sempre curtia o sertanejo, Zezé di
Camargo & Luciano, Bruno & Marrone, enfim, os sertanejos, né? A minha
mãe era mais do forró, curtia muito o meu querido, posso chamar de tio, Santanna,
o cantador. E meu pai sempre foi no romântico, né? Eu cresci ouvindo vários
estilos musicais em casa. E eu curtia um
pouco de tudo. E mais o rock, o pop rock. Enfim, eu passei por vários estilos
musicais.
E aí dentro do Brega eu faço
aquilo que eu aprendi com meu pai e eu sempre curti as bandas nostálgicas de
Recife, né? Banda Labaredas, Veneza Brasileira, Chama do Brega, Paixão
Brasileira do Brega, Luminar, O Conde. Enfim, eu sempre curti os nossos amigos,
né? E aí eu canto, eu canto também as músicas das bandas de Recife no show,
entende? E alguns cantores nacionais também, né? A gente não pode deixar de
citar também o nosso rei Reginaldo Rossi, não é isso?
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Pai e filho nos bastidores de um antigo Carnaval |
O seu álbum de estreia, "A Escalada Continua", é uma clara
homenagem ao seu pai. Fale um pouco sobre o processo de criação desse projeto e
o que a canção “Escalada", em sua nova versão, representa para você.
Sim, a Escalada continua.
Essa história surgiu de um
show onde meu pai estava fazendo uma homenagem a José Augusto, que o título do
show era Augusto canta Augusto, meu pai cantando as músicas de José Augusto,
com a ideia do nosso querido amigo Flávio Ramos, onde, em um momento, meu pai
esqueceu a letra de uma das músicas que estava no repertório e eu cantei. E
nessa hora que eu entro cantando, o público me deu o maior apoio, né? Muita
gente não sabia que eu cantava e foi uma coisa bem de surpresa, assim. E aí,
quando terminamos esse show, Flávio Ramos, que era o organizador do evento, o
idealizador do evento, ele me chamou no canto e perguntou se eu tinha algum
projeto paralelo cantando sozinho sem meu pai e eu não tinha naquela época,
sempre fui o braço direito do meu pai e não tinha tempo, na verdade, de seguir
uma carreira solo eu sempre trabalhei muito com meu pai, 24 horas do meu tempo,
eu estava sempre ligado ao meu pai.
E aí quando aconteceu o
falecimento do meu pai, o Flávio entrou em contato comigo e me perguntou se eu
ia continuar a escalada ou se eu iria deixar outras pessoas tomarem conta da
situação. E aí prontamente eu já tinha refletido sobre isso. Resolvemos que pra
me lançar no mercado, porque eu não era ninguém no mercado, né? Eu era o filho
de Augusto César e eu não aparecia porque eu ficava lá atrás, tomando conta das
coisas e na guitarra, fazendo backing vocal, empresariando, enfim...
O público não me conhecia
cantando. E aí decidimos que precisávamos ter um material pra mostrar ao
público o meu potencial. E aí gravamos o audiovisual, “A Escalada Continua”.
que já está nas plataformas no nosso canal do YouTube Augusto César Filho Oficial
e graças a Deus deixamos tendo uma aprovação muito boa.
E é isso estamos continuando a
história, o legado que o meu pai deixou para a gente trabalhar.
Qual é a sua lembrança mais marcante com seu pai, seja no
palco ou na vida pessoal, que te inspira a seguir na música?
Lembranças marcantes nossa
tenho muitas lembranças como eu falei foram vários anos trabalhando com o meu
pai e o que eu posso dizer é que o meu pai era um cara que mudava a energia dos
lugares aonde ele chegava sempre com aquele sorriso largo dele. Era um cara
que, independentemente do que estava acontecendo na vida pessoal, particular,
ele sempre teve respeito ao público e a gente saía de casa pra fazer o nosso
trabalho.
É como ele sempre disse, De
que a gente não saía de casa pra enrolar ninguém e que o nosso trabalho era
fazer o público dançar e gostar, né? Independentemente da quantidade de público
que tivesse na casa que a gente fosse cantar se tivesse uma pessoa pago o
ingresso ele cantava se tivesse mil pessoas ele cantava se tivesse um milhão de
pessoas presente ele ia cantar sempre do mesmo jeito da mesma forma.
Você compõe suas próprias músicas? Como é o seu processo
de criação?
Então, hoje no mercado é muito
difícil você apresentar uma música autoral. O que muitos artistas têm feito e
eu tenho copiado essa situação é repaginar músicas antigas que foram sucessos e
algumas antigas que não foram tão conhecidas. A gente tem andado nessa linha eu
tenho algumas composições inclusive tem música que meu pai gravou, que foi
minha, tem uma música no meu álbum que que é minha também a gente tem algumas
composições eu pretendo lançar um álbum, um EP totalmente autoral com músicas
minhas em breve, né, Para apresentar também as minhas ideias as minhas as
minhas inspirações. Elas geralmente são processos que eu passei e que passo
como um romântico, como eu me vejo uma pessoa romântica, apaixonada, e que não
deixa ou não desiste do amor.
Quais são os maiores desafios que você enfrenta hoje,
como um artista da nova geração do brega, em um mercado musical tão
competitivo?
Então os maiores desafios é o
seguinte eu acabo não competindo com o pessoal mais novo do brega até porque a
batida da gente é um pouco diferente né eu resgato as músicas mais antigas
então eu acabo me encaixando ali com as bandas antigas, né com cantores mais
antigos também, posso citar aqui o Adilson Ramos, o Leonardo Sullivan, o Bartô
Galeno, né? Eu entro no meio dessas feras aí. A minha competição é com o
pessoal mais antigo e o pessoal mais novo a gente tem se aproximado bastante. Inclusive
a gente pretende gravar um material audiovisual com o pessoal mais novo
cantando as músicas das antigas, os bregas antigos.
Seu pai era conhecido por sua simplicidade e proximidade
com os fãs. Como você busca construir essa mesma relação de carinho e afeto com
o seu público?
Conexão com o público é uma
coisa que eu aprendi muito bem com meu pai. Ele sempre foi apontado como o cara
que andava no meio da rua ou no palácio. Ele não fazia distinção das pessoas.
Ele sempre tratava todo mundo muito bem independente de qualquer coisa. O
sorriso dele sempre estava escancarado no rosto.
Isso aí eu aprendi muito bem com ele.
Eu tenho feito ações como ele fazia e a gente tem se dado muito bem nessa
situação também. Eu sigo na mesma linha.
Qual é a sua maior expectativa para sua carreira nos próximos anos?
Onde você se vê daqui a cinco anos?
As expectativas são as melhores possíveis.
A gente vem numa ascendência muito grande. Graças a Deus que é resultado de
muito trabalho. A gente não simplesmente pegou o legado bateu no peito e tocou.
A gente ainda tem muito. O que fazer. A gente vai a gente vai trabalhar muito
para atingir a
Mídia nacional e quem sabe, Internacional.
A gente já tem exemplos. Aqui de Artistas nossos que foram fazer eventos no
exterior e estão muito bem. A nossa ideia é essa daqui a cinco anos eu quero
estar conhecido nacionalmente, e, quem sabe internacionalmente.
Como você enxerga o cenário do brega romântico em Pernambuco e no Brasil hoje? Há um movimento de renovação?
Então o brega romântico atual
em Recife ele eu acredito que deve muito aos grandes artistas que nós tivemos
né as portas que ficaram abertas e a gente tem representantes muito legais aí
no meio artístico da música romântica que continuam cantando o amor né tem a
outra a outra face do brega, que é uma batida mais atual, que é para o pessoal
mais jovem e aí a linguagem é outra, mas é não deixa de ser brega, né, já foi
abraçado como o público brega e brega é tudo aquilo que que entra no meio da
multidão brega para mim é aquela música que toca na comunidade e na elite.
Pra mim o brega é isso, é a
música que toca na comunidade como toca também na elite.
Se você pudesse realizar um sonho na música, que ainda
não realizou, qual seria?
Eu tenho vários sonhos vários sonhos um deles é gravar com um dos meus ídolos que é o Daniel o sertanejo romântico que é um cara que eu curto muito e sempre ouvi e sempre fui fã e admirador da pessoa e do artista que é o Daniel.