sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Médicos em greve no Recife

Os médicos da rede municipal do Recife entram em greve por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira (21). Em assembleia realizada na quinta-feira (20), a categoria anunciou a paralisação de consultas e exames nos ambulatórios e os serviços nos 121 postos do Programa Saúde da Família (PSF). Os atendimentos nas emergências e maternidades não serão prejudicados pelo movimento.


A deflagração da greve ocorreu depois de um movimento de advertência de 72 horas, iniciado na terça-feira (18). No primeiro dia de paralisação, postos ficaram sem profissionais de saúde.

Além do reajuste salarial, uma das queixas da categoria, segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), é a falta de segurança na rede municipal. De acordo com o presidente da entidade, Tadeu Calheiros, os profissionais cobram ações anunciadas pela prefeitura para evitar a criminalidade nas unidades.

“A pior coisa para os médicos é trabalhar sabendo que alguma coisa pode acontecer a qualquer momento. Vivemos esse clima de insegurança e nada do que foi pactuado com a prefeitura saiu do papel”, afirmou.

Segundo Tadeu Calheiros, este ano foi registrado um sequestro de uma profissional de saúde em uma unidade no Ibura, na Zona Sul. “Assaltos e agressões são problemas rotineiros”, acrescentou.

Entre as reivindicações dos médicos do Recife, está a implantação de câmeras de segurança em unidades do Programa Saúde da Família. “Dos 122 postos, existem equipamentos de vídeo em 10. Ou seja, menos de 10% dessa rede conta com o sistema”, apontou.

Ele cobrou, ainda, a implantação da patrulha 24 horas nas áreas da unidades de saúde e do aplicativo de celular chamado de “Sentinela”, que permitiria a ligação entre os profissionais que atuam nos postos e as autoridades policiais.

Além da questão da segurança, os médicos exigem a reposição de insumos e medicamentos. “Metade dos pacientes com problemas mentais crônicos está sem receber os remédios”, alertou Calheiros.

O presidente Simepe também cobrou a realização de um concurso público. “Isso tinha sido prometido para o promeiro semestre deste ano e ainda nem está em fase de licitação”, acrescentou.

Por meio de nota, a Prefeitura do Recife lamentou a greve como forma de manifestação e afirmou que "o canal de diálogo com a categoria sempre esteve aberto". Ainda no texto, a administração municipal disse que, desde 2013, "a categoria foi contemplada com reajuste acumulado de 32,95%, sendo 4,04% dado este ano, além das progressões de carreira que impactam diretamente na remuneração".

Portal G1