terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Morador de rua é queimado vivo em SP e amigos falam em homofobia

A Polícia Civil em Mongaguá, no litoral de São Paulo, está investigando a morte de um morador de rua bastante conhecido na cidade. O corpo dele foi encontrado carbonizado, no último domingo (24), dentro de um estacionamento abandonado onde ele costumava passar as noites. Segundo amigos da vítima ouvidos pelo G1, ele teria sido vítima de homofobia.


De acordo com informações da Polícia, Alexandre [sobrenome desconhecido] estava dormindo em um galpão localizado no bairro Jardim Marina quando o local foi incendiado. O Corpo de Bomberiso e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram ao local para atender a ocorrência e encontrar a vítima sem vida.


Segundo testemunhas ouvidas pela reportagem do G1, o rapaz era conhecido como Alexandre e costumava vender panos de prato na feirinha de artesanato do bairro Vera Cruz. De acordo com os comerciantes do local, ele teria vindo de outra cidade e era considerado uma pessoa bastante querida pelos moradores da cidade.


“Ele era uma pessoa super prestativa e atenciosa. Era homossexual, mas a maioria respeita. Não é a primeira vez que acontece isso. Atearam fogo nele há cerca de dois meses. Como o quiosque onde ele dormia foi vendido, o novo dono não deixou ele ficar lá e, por isso, foi morar nesse local. Ele foi morto por ser homossexual", disse o professor Jorge Morais, que conhecia o morador de rua.


A perícia avaliou o local e um boletim de ocorrência de incêndio e morte suspeita foi registrado na Delegacia de Mongaguá. De acordo com o delegado Ruy de Mattos, ainda não há indícios que comprovem que o incêndio foi criminoso ou que haja uma relação com a opção sexual do morador de rua. Essas hipóteses, porém, não foram descartadas.


“Estão sendo ouvidas algumas testemunhas e após conclusão pericial é que poderemos dizer. Precisamos de testemunhas que nos digam as coisas, para confirmarmos ou não as motivações", disse o delegado. O corpo do morador de rua foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande e, até a manhã desta terça-feira (26), ainda não havia sido liberado.


Portal G1